Missa de Natal na Sé: Sombras das dificuldades, não podem apagar luz da esperança, diz o Bispo do Funchal
Embora reconheça que "são muitas as dificuldades que atingem tantos
irmãos nossos, D. António sublinhou que importa não cair no desalento e na
angústia", mas "superar as dificuldades com ânimo e a coragem da fé".
"As sombras das dificuldades da vida atual, não podem apagar a chama da esperança". As palavras são do bispo do Funchal e foram deixadas esta segunda-feira, Dia de Natal, durante a missa a que presidiu na Sé do Funchal. De resto, disse, "a fé da Igreja recorda-nos constantemente que Jesus Cristo nos acompanha sempre e ilumina as noites da nossa vida".
Referindo-se à mensagem de Isaías, na primeira leitura, o bispo diocesano disse que ela traduz isso mesmo: "Um convite à esperança e à alegria". É uma referência à "luz que surge carregada de promessas", porque "Deus vem salvar e libertar o seu povo".
Transpondo essa mensagem para os dias de hoje, o prelado disse que "ela é também para nós, face aos problemas, necessidades e interpelações da sociedade actual". "Na verdade, prosseguiu, também nós somos convidados a ser sentinelas vigilantes, aprofundando a nossa fé abrindo o coração ao amor eterno de Deus", que continua a renovar-se e a oferecer-se a cada homem e a cada mulher, na sua vida concreta.
De resto, e depois de referir que a liturgia deste dia é "a continuação do cântico de alegria e de adoração da noite de Natal", em que "o Verbo de Deus fez-se carne e habitou entre nós", D. António Carrilho citou o Papa Bento XVI, quando este diz que "a palavra eterna fez-se pequena, tão pequena que cabe numa manjedoura, fez-se criança para que a Palavra possa ser compreendida por nós.". É este "mistério admirável de amor e ternura, que o Pai oferece ao mundo ao enviar-nos o filho amado: Jesus Cristo".
A nós cristãos, compete-nos aprender a "viver o verdadeiro espírito da celebração do Natal", o "Natal que é Jesus connosco, abrindo os seus braços de Menino, para nos acolher e comunicar a sua paz e o seu amor".
Embora reconheça que "são muitas as dificuldades que atingem tantos irmãos nossos, D. António sublinhou que importa não cair no desalento e na angústia", mas "superar as dificuldades com ânimo e a coragem da fé". Daí que tenha exortado para que, em tempo de Natal, nos "deixemos interpelar pela ternura do Deus Menino que nos revela, com a nova luz, a grandeza e a dignidade da vida humana e nos dá força de uma esperança viva".
Depois de referir que embora nos nossos dias a vivência do Natal possa aparecer com "novas e variadas expressões", o bispo do Funchal fez questão de sublinhar que "o crente nunca poderá esquecer a necessidade e a urgência de pautar a sua vida pela proposta de Salvação oferecida pelo nosso Deus".
"Para quem crê, sem Jesus não há verdadeiro Natal", disse D. António para logo referir que "a festa, quando é apenas exterior, por mais bela e atraente que seja, não comporta o dinamismo espiritual de resposta às aspirações mais profundas do coração humano".
A terminar, o prelado fez votos para que "neste Natal saibamos abrir os nossos corações aos desígnios e projetos de Deus, aprendendo a lição do presépio feita de sabedoria e humildade, na oferta de nós próprios aos outros, do que nós temos, dos nossos bens, prestando especial atenção aos mais pobres e desprotegidos, dando contributo efetivo para a erradicação da pobreza e da exclusão social".
Citando o Papa Francisco D. António, que renovou os votos de Boas Festas para todos os diocesanos, para os nossos emigrantes e os muitos turistas que nos visitam nesta altura, lembrou que "Maria foi Aquela que soube transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura". Sigamos o seu exemplo, e transformemos, senão o mundo inteiro, ao menos o mundo de alguém que está próximo de nós.