100 Anos do CNE

NOTA DO BISPO DO FUNCHAL NO CENTENÁRIO

DO CORPO NACIONAL DE ESCUTAS

Caros irmãos escutas

Há 100 anos, o então Arcebispo de Braga criou em Portugal o CNE (Corpo Nacional de Escutas). Pensou-o no seio do grande movimento de fraternidade mundial iniciado por Baden Powell, erguendo-o sobre três pilares: escutismo, português e católico. São três pilares que de modo nenhum se opõem, antes se completam mutuamente, como ficou demonstrado nas visitas que BP realizou depois ao nosso país.

Durante estes 100 anos, o CNE foi o grande movimento escutista de Portugal. Sempre em diálogo com outras associações existentes no nosso país (algumas mais antigas), o CNE imprimiu um rosto escutista a muitos jovens portugueses. Dos seus agrupamentos saíram tantos homens e mulheres que participam e contribuem para a vida nacional e europeia.

O CNE foi e é o grande movimento de jovens católicos: os seus membros estiveram presentes não apenas nas grandes celebrações da fé mas também (sobretudo) no quotidiano das suas paróquias e instituições, ajudando tantos a serem melhores — melhores cristãos, melhores pais e mães de família, melhores sacerdotes, melhores cidadãos, Homens novos ao serviço de Deus e do próximo.

Hoje, no meio deste mundo confuso que é o nosso, o CNE não pode deixar de acolher com cada vez maior entusiasmo a missão de ser "escutismo católico português". Para isso, confio em cada agrupamento, nos seus dirigentes e em todos os seus elementos. Confio na sua disponibilidade livre e no empenho da sua vontade para, a partir da pequena comunidade que é cada bando, cada patrulha, cada equipa e cada tribo, continuar a lançar as bases de um mundo novo, mais humano e mais cristão. Confio também em cada assistente e no seu empenho e disponibilidade para a todos ajudar nesta missão.

Ao longo destes anos, sabemos que nem tudo foi perfeito (somos homens e mulheres limitados). Mas sabemos também que a história da Igreja em Portugal no século XX e no início deste século XXI não se poderá contar sem o nosso CNE.

Como escuteiro que fui e que sou, também eu agradeço o que o CNE me ofereceu e oferece. É por isso com o coração agradecido que vos dou os parabéns e vos peço: continuemos sempre a ser, cada vez mais, escutismo católico português. No serviço de Deus, da pátria e do próximo!

Funchal, 3 de Maio de 2023

+ Nuno, Bispo do Funchal