Saudação no Aeroporto
Saudação no aeroporto
As minhas primeiras palavras não podem deixar de ser para todos os madeirenses e portosantenses. São palavras de saudação, de quem chega para servir e de quem quer estar sempre disponível para escutar e agir para o bem de todos os que habitam estas ilhas. Não como estrangeiro mas como madeirense.
A minha primeira tarefa é, obviamente, a de conhecer a realidade humana e cristã destas duas ilhas. Várias vezes visitei a Madeira. Mas é bem diferente passar e passear, de estar a tempo inteiro para o serviço. E para um serviço muito concreto: o de ser Bispo, Sucessor dos Apóstolos, presença de Cristo. Não sou político, nem gestor de empresa. Sou Bispo. Tenho a missão de evangelizar, celebrar os sacramentos, conduzir o povo de Deus como Bom Pastor.
A Madeira e o Porto Santo receberam o Evangelho no primeiro momento em que foram descobertas e povoadas, há pelo menos 600 anos. O cristianismo faz parte integrante do seu modo de ser: da sua cultura e dos seus valores. Mas na vida da fé importa sempre tomar consciência das nossas raízes, das realidades que são o alicerce das nossas vidas.
Na Carta de nomeação que me enviou, e que será lida a todos no próximo domingo, o Papa Francisco convida os cristãos da Madeira a duas coisas: a viver cada vez mais diligentemente os divinos preceitos (quer dizer: o mandamento de amor a Deus e ao próximo) e a manifestar a viva presença de Cristo no mundo. Podemos, portanto, dizer que o Papa nos aponta uma dupla tarefa: construir comunidade cristã e evangelizar. Estes serão, portanto, os dois aspectos da missão que todos havemos de procurar cumprir.
Esta é uma missão de todos os cristãos. É uma missão de toda a Igreja diocesana, em que todos - leigos, sacerdotes, religiosos e, como é óbvio o próprio Bispo - hão-de sentir-se empenhados. Conto, por isso, com todos. Serei o pastor, que, como diz o Papa Francisco, umas vezes irá à frente a abrir caminho, outras vezes irá atrás, cuidando que ninguém fique fora, outras vezes irá no meio do rebanho, animando a todos. Espero poder fazê-lo com humildade e ousadia.
Para desempenhar este encargo, é óbvio que é importante o diálogo com todas as diferentes instituições que constituem a sociedade da Madeira e Porto Santo: regionais, autárquicas, culturais. O diálogo e o respeito mútuo no exercício das diversas funções serão o método para esta colaboração.
Não posso, ainda, deixar de agradecer publicamente as muitas saudações que me têm chegado de cristãos a título pessoal, de movimentos de apostolado e de instituições da Região. Tal como não posso deixar de agradecer o acolhimento, serenidade e transparência com que fui acolhido pelo Senhor D. António Carrilho.
Finalmente, uma palavra para a comunicação social que desempenha um papel tão central na vida dos madeirenses. Podeis contar comigo em tudo o que for verdadeira comunicação de serviço aos madeirenses. Espero também poder contar convosco.
+ Nuno Brás, Bispo eleito do Funchal
15 fev. 2019